sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

CICLO CARNAVALESCO

O carnaval é uma das principais festas populares de Pernambuco e do Brasil manifestando-se em praticamente todo Estado. Destaque para Olinda e Recife ( Boa Viagem e Centro ). Blocos, troças, clubes, maracatus ( rural e de baque virado ), caboclinhos, ursos, blocos anárquicos, escolas de samba, afoxés, mascarados, bonecos gigantes, bois de carnaval. A alegria, o movimento, as cores, a vibração, as formas do carnaval, no Brasil, foram retratadas por vários artistas:
Veja a obra "Dia de entrudo", de 1823 de Jean-Baptiste Debret, Aqui vemos que no Brasil Império o carnaval não era apenas uma atividade para classe média mais exercida também pela população negra.As cenas são de escravos se divertindo pelas
ruas.
Na obra "Frevo" de Cândido Portinari podemos observar a habilidade e o equilíbrio dos dançarinos ao executarem o frevo, e na obra "Bumba-meu-boi" mais uma cena da cultura brasileira que se repete, com suas especificidades, em vários estados brasileiros


O pernambucano Francisco Borges também se utilizou da arte para retratar o nosso carnaval. Veja a xilogravura de Borges
Destacamos também o trabalho de Lula Cardoso que com muita prioridade pintou as cores e as formas que expressam a alegria e o movimento do carnaval.

Lula Cardoso Ayres (Rio Formoso, 26 de setembro de 1910 — Recife, 30 de junho de 1987) pintor vanguardista e programador visual brasileiro. Foi aluno do artista alemão Hemrich Moser e discípulo de Cândido Portinari que aos doze anos de idade já demonstrava os seus dons artísticos. O seu desenvolvimento artístico foi incentivado pelo pai João Cardoso Ayres, dono da Usina Cacau e conhecido na região como o "Rei do Açúcar".

DI CAVALCANTE
deste artista destacamos várias obras sobre o carnaval e acrescentamos algumas informações sobre sua biografia.
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti (Rio de Janeiro 6 de setembro de 1897— Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1976) foi um pintor,ilustrador e caricaturista brasileiro. Estreou como desenhista no salão das Humoristas em 1916. Após se mudar para São Paulo em 1917, conviveu com Mário e Oswald de Andrade,Tarsila do Amaral,Anita Mafalti e Brecheret. Freqüentou também o ateliê do pintor impressionista alemão George Elpons.

Grupo CarnavalescoFoliaCarnavalBaile popular Baile popularSamba

Em 1923, Di Cavalcanti realiza viagem a Paris, freqüentando o ambiente intelectual e boêmio da época e convivendo com Picasso e Braque, entre outros, numa relação de admiração mútua. Sua experiência do contato com o cubismo, expressionismo e outras correntes artísticas inovadoras, conjugadas à consciência da sua posição de artista brasileiro, concorreram para aumentar a sua convicção no propósito de ousar e destruir velhas barreiras, colocando a arte brasileira em compasso com o que acontecia no mundo.

Figuras Carnavalescas

À sua ousadia estética e perícia técnica, marcada pela definição dos volumes, pela riqueza das cores, pela luminosidade, vem somar-se a exploração de temas ligados ao seu cotidiano, que ele percebia com vitalidade e entusiasmo. A profunda inclinação aos prazeres da carne e a vida notívaga influenciaram sobremaneira sua obra: o Brasil das telas de Di Cavalcanti é carregado de lirismo, revelando símbolos de uma brasilidade personificada em mulatas que observam a vida passar, moças sensuais, foliões e pescadores. A sensualidade é imanente à obra do pintor e os prostíbulos são uma de suas marcas temáticas, assim como o carnaval e a festa, como se o cotidiano fosse um permanente deleitar-se. A originalidade de uma cultura constituída por um caldo de referências indígenas, européias e africanas, de forma contraditória e única, transparece em suas telas através de uma luminosidade ímpar.

De norte a sul, no nordeste, o povo brasileiro canta, dança, se alegra e é essa alegria que tem contagiado e inspirado,ao longo da história, tantos artistas plásticos.
Que esta alegria prevaleça, que não motive a violência, que não tenha como referência a droga, a prostituição, o desatino mesmo que assim o tenham feito gregos e romanos.
 
Maria Perpétua Teles Monteiro